Os passos podiam ser
escutados quando ele entrava naquele inferninho. Havia muito tempo que não
visitava aquelas paredes. A musica ecoava. Um som envolvente que fazia as
batidas do coração se misturarem com o ritmo da percussão quase como se fosse
possível trançar-se um no outro. Haviam pessoas. Sempre haviam. Homens que
buscavam prazeres diversos daquelas mulheres. Todas dispostas a servi-los.
Havia também aquelas que vinham acompanhando seus mestres. Com olhares devotos,
fixos aos pés do homem. Outras nem tanto. E ele percebia quando via alguns
olhares que seguiam em sua direção. Mas parecia não ligar.
Cruzou o grande salão
quando Mirella veio recebe-lo. O corpo belo e nu ostentando uma coleira que
indicava ser ela propriedade da casa. Fez questão de esfregar o corpo, de
permitir que os bicos róseos do seio esfregasse suavemente em seus braços,
enquanto as mãos traziam uma bandeja. Era ele. Novamente e ela mal poderia
acreditar. Sentia o peito em desalinho da respiração. E ousou, mesmo sabendo
que poderia ser punida, ousou exibir seu sorriso perolado diante dele,
afastando levemente os cabelos aloirados para trás.
- Seja bem vindo
mestre... – ela erguia a bandeja o peito arfante o whisky servido por ela na
bandeja assim que sentiu aquele cheiro peculiar e tão dele. A presença que
parecia preencher todo o lugar e massacrar todos os outros.
Ele apenas a olhava.
Como se conferisse naquele corpo as marcas que pudessem ter sido deixadas.
Retirou o copo de whisky de sobre a bandeja duas pedras de gelo que eram o
bastante para transpor a temperatura par ao copo. Ela baixava a bandeja. Ele
sorria deixando que o copo deslizasse suavemente pelo biquinho turgido que se
exibia empinado. E manteve o copo ali naquele martírio gostoso de enrugar a
pele, quando no deslizar do copo, o polegar brincava com ele. Mas não tinha
vindo ali, para desfrutar da companhia dela, não aquela noite. Sabia que pelo
tremor do corpo dela, cada poro começava a ansiar o toque. Ele desviava, seguia
atravessando o grande salão, alheio ao movimento da casa. Mas ela, o seguia.
Quase num implorar que voltasse, que desse a ela o direito de ter o corpo todo
reconhecido.
Chegava enfim a Sala
Principal. As poltronas negras dispostas diante do pequeno palco montado, sobre
ele um púlpito. Sentou-se alheio a alguns que tinham mulheres em seus colos,
aos pequenos gemidos que vinham de cantos determinados daquele lugar a
meia-luz. Sorveu um gole da bebida, deixando o copo sobre a mesinha ao lado.
Mirella dobrava os joelhos aos pés dele. Estava ali para servi-lo desde o
primeiro dia em que fora tomada por ele. Era uma escrava da casa de leilões,
mas sabia que no intimo estava estragada pois em seu coração não haveria outro
mestre. Fechou os olhos remontando as lembranças. Do toque quente da mão dele
em sua buceta. E tentou a todo custo conter o gemido que vinha inerente ao seus
lábios os mordendo, forçando o corpo para não sair da posição, enquanto os
olhos dele se mantinham no leiloeiro.
Mantinha os olhos fechados, podendo sentir a boca que lhe assaltava os
seios, que sugava o biquinho com apetite deixando marcas, como marcas de posse
que ela se orgulhava em exibir. Melava e sabia que ele perceberia pelo cheiro
que vinha entre as pernas. O cheiro forte da vontade que amplia a cada contrair
da buceta.
O gemido vinha, e ela
culpava-se por isso, ele estava plena atenção nas mercadorias que eram
expostas. Mulheres, algumas ali pela primeira vez, por vontade ou não, para
serem escolhidas e compradas. E se ele estava ali, procurava por uma que não
seria ela, mais uma vez. Mas não pôde evitar as lembranças, as vontades de
poder ver o pau quando ele exibia. Quando por capricho dele nao a deixava
tocar, sequer sugar. E ela amava sugá-lo. O gosto que apenas a pele dele tinha,
a textura, o meladinho que escapava da glande quando a língua dela era
permitida ao carinho. Ser preenchida por ele, tomada da forma violenta e intensa
que ele fazia. E ela melava as coxas apenas de lembrar das dele entre as dela..
do quadril castigado pelo bater constante e intenso da coxa quando a colocava
de quatro sobre a cama. O gemido que escapava mudo pelo esforço que fazia em
não desagradá-lo naquele momento. E o sorriso brotava ao rosto quando via a mão
dele se erguer. E o dedo indicar o pé, ela sabia o que era desejado e sem
demora engatinhou para la, para frente daquele home, ajoelhando-se sobre o
sapato dele. Os olhos se erguiam para ele, não ousava fazer qualquer movimento.
Nenhum que a obrigasse a deixar de sentir o atrito do couro liso em seu ventre.
E o sinal vinha quando aquele rosto moreno de barba por fazer, esboçava uma
linha de sorriso e a mão forte vinha ao cabelo dela num afago. Ela sorria
buscando a mão para beijar, deixando o quadril se mover languidamente, num
esfregar constante da buceta no sapato. O grelo que rijo se exibia buscando o
contato que ela aumentava cadenciadamente. Ele tinha os olhos no palco, ela
tinha os olhos nele. No pedido mudo que ele permitisse que ela terminasse com a
ansiedade do gozo. Melava-se inteira.. a coxa, o sapato dele, deixando tudo
ainda mais escorregadio e intenso. Mas a ordem do gozo não vinha. E ela sabia
que não viria enquanto ele não terminasse com aquele leilão. A dor na virilha,
na buceta, no grelo, o arrepio que vinha tomando todo o corpo que circulava o
biquinho dos seios. O respirar entrecortado que escapava da boca avermelhada e
entreaberta em gemidos silenciosos.
A voz do leiloeiro era
escutada ao longe, as atenções voltavam-se para o palco quando as peças eram
exibidas, loiras, ruivas, negras, morenas, mulheres de uma beleza
incontestável. Os olhos dele estavam ali. Estivera longe por tempo demais.
Buscava uma escrava. Aquela que levaria mais uma vez o seu colar.
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